ção de decorar a tabuada é uma consequência direta do construtivismo ou decorre de uma falsa interpretação dos princípios construtivistas. Mas sei que esta antipatia dos educadores em relação à tabuada e à “decoreba” em geral é coisa antiga e tem a ver com o predomínio do construtivismo, verdadeiro ou deturpado. A verdade é que na área de educação existe um preconceito muito grande em relação ao conhecimento decorado (Willingham, 2011). Mas a convicção quanto à importância do conhecimento decorado não deriva apenas da experiência pessoal. Ela é fundamentada pela psicologia cognitiva (Willingham, 2011). A aprendizagem escolar pode ser caracterizada, entre coisas, como aquisição de perícia em algumas técnicas culturais. As duas técnicas fundamentais são a lectoescrita e a aritmética. No caso da leitura, a ênfase recai sobre a procedimentalização ou automatização da leitura de palavras isoladas. A criança precisa primeiro aprender a ler, automatizar a leitura de palavras, para depois poder ler para aprender. A tabuada é a outra filha enjeitada, que não é tratada com o carinho que merece. Junto com a lectoescrita, a imprensa e a internet, a tabuada constitui uma das principais ferramentas culturais desenvolvidas pela nossa cultura. A tabuada é a pedra fundamental da aritmética. Não tem como ir adiante na matemática sem decorar a tabuada. Ponto. A maioria das crianças aprende a tabuada espontaneamente. Mas tem aqueles, como os nossos amiguinhos barbados que contam nos dedos na faculdade, que não aprendem. Estes indivíduos precisam ser ensinados. Se ninguém lhes ensinar eles não vão aprender. Acho muito esquisita uma pedagogia que rejeita uma das principais aquisições culturais da Humanidade. Uma pedagogia que se recusa a ensinar uma ferramente cultural indispensável como a tabuada.
Por: LND
https://lndufmg.wordpress.com/2014/06/30/a-borralheira-da-educacao-a-tabuada-e-o-conhecimento-decorado-no-curso-de-ferias-2014/